Boecio lê Agostinho: o exercício da memória

Abstract

In the Book X of Confessions, Agostin describe places of memory, places of storage of knowledge, life experiences and incompleteness. But also aplaceofconservation of the liberal arts; a encyclopedia of knowledge.Revisiting this encyclopedia, Boecio can count with a virtual collection, in a way that his De Philosophiae Consolatione can express the learnings and pedagogical prescriptions of Agostin, in the sense of ascending, dialectically, to the happy life. Namely to a lifeof philosophical wisdom in which new knowledge translates into life actions. Without this spiritual guidelines, Boecio would probably not have taught us the lesson that memory is a alive source, permanently at our disposal, without which we would be left clueless in this long spiritual journey called life.

No Livro X de Confissões, Agostinho descreve lugares e entrelugares da memória, locais de armazenamento de saberes, vivências e incompletudes. Mas também local no qual se conservam as artes liberais, uma enciclopédia do saber. Revisitando essa enciclopédia, na prisão em Pavia, Boecio poderá contar com um acervo ‘virtual’, de tal modo que sua De Philosophiae Consolatione expressará os ensinamentos e prescrições didático-pedagógicos de Agostinho, no sentido de ascender, dialeticamente, à vida feliz. Quer dizer, à vida vivida com sabedoria filosófica na qual o conhecimento adquirido traduz-se em prática vivida. Sem essas diretrizes espirituais, revistas no exercício da memória, Boecio provavelmente não poderia ter nos legado o ensinamento de que a memória é fonte viva, permanentemente à nossa disposição, sem a qual ficaríamos à deriva nesse longo exercício espiritual que é viver